15 de fevereiro de 2011

Contrações

Logo ao amanhecer
flagro-me pensando:
Em tudo que não acredito,
em tudo que duvido,
em tudo que não disse,
em tudo que não fiz,
em tudo que não desejo,
em tudo que não quis.
No meu passado mais que presente,
no meu futuro mais que ausente,
no meu futuro, passado, presente...
Nas brumas que envolvem meu ser...
e na clareza obscura dos meus ideais.
No reflexo sombrio do olhar...
e no horizonte torto... da minha visão.
Nos sons que ecoam... dos pensamentos
e no silencioso pulsar... do coração.
Na falsa rigidez... dos sentimentos
e na fragilidade do meu "eu".
Na irracionalidade das certezas
e na veracidade das palavras.
Nas batalhas em que não atuei
e nas guerras que capitulei.
No brilho cegante do luar
e nos gélidos raios do sol.
No doce sal do mar
e no amargo doce do mel.
No calor da neve
e na frieza do homem.
Nas mulheres que amei...
e não tive,
e nas que possuí...
e não amei.
Na delicadeza dos cactos
e nos espinhos da Rosa.
Enfim, na beleza significante...
que existe na insignificância
de pequenas coisas.

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